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18/07/2016

Equipe brasileira de saltos do hipismo será anunciada nesta segunda-feira

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Há duas Olimpíadas sem subir ao pódio, a seleção brasileira de saltos tem ultrapassado obstáculos antes mesmo de chegar ao Rio, no início de agosto. Troca de técnico, problema com cavalos, separações e afins deixam no ar as possibilidades da equipe em conquistar uma medalha em casa — são três na história. Os responsáveis por mudar essa visão — nos bastidores do hipismo, o Brasil é considerado um dos grandes times para os Jogos — serão anunciados hoje, em São Paulo, pela Confederação Brasileira de Hipismo (CBH).

Curiosamente, o anúncio não será feito pelo técnico americano George Morris, contratado no final de dezembro em substituição ao francês Jean-Maurice Bonneau, que reside nos Estados Unidos. A lista dos cinco conjuntos — quatro titulares e um reserva — será apresentada pelo diretor de saltos da CBH, Caio Carvalho.

Apesar da longa experiência de Morris, de 78 anos e campeão olímpico como técnico dos Estados Unidos, em Pequim-2008, o treinador não teve tanto contato direto com os postulantes ao time olímpico. Ele só foi à Europa três vezes neste ano, duas delas em etapas da Copa das Nações.

— Ele viu nosso vídeos, mandamos todos os nosso vídeos para ele quando assumiu. Ele conhece bem os cavaleiros, mas conhece pouco os cavalos. O Jean me conhecia bem, acompanhava mais, sabia como os meus cavalos estavam, mas todos vêm se preparando bem, houve resultados bons este ano. Não está tão fácil para escolher —diz Felipe Amaral, de 25 anos, o mais novo entre os postulantes à vaga, e que se destaca pela regularidade na temporada desde que foi para a Europa há um ano e meio.

Este ano, ao contrário de 2012, a escolha tem critérios subjetivos, numa decisão conjunta entre o treinador e os integrantes da CBH. Mesmo assim, é possível ter algumas quase certezas, como os nomes de Doda e Rodrigo Pessoa entre os selecionados. A experiência dos cavaleiros, que já disputaram cinco Olimpíadas, e têm largo currículo pesam na decisão final.

Rodrigo Pessoa nasceu em Paris e vive na Bélgica, mas é de uma tradicional família do hipismo brasileiro.

—Todos sabíamos e aceitamos que esse seria o critério, mas considero o melhor. Acho que faz diferença o técnico estar mais presente para poder conhecer os cavalos. Ver os vídeos não mostra a realidade da prova — diz Leivas, de 48 anos, que ainda sonha com uma vaga, após ter tido a oportunidade durante o ciclo olímpico de se naturalizar búlgaro para competir pelo país europeu.

Doda e Pessoa tiveram um ciclo olímpico com altos e baixos. Porém, a escolha de um conjunto leva mais em consideração os resultados de momento e, principalmente, a condição do cavalo. O campeão olímpico perdeu Jordan II no início da temporada, após o animal, adquirido em junho passado, sofrer com fratura na pata. O substituto favorito é Status, montaria que com mais experiência e um mundial na bagagem. O cavaleiro ainda conta com Ferro Chin e Citizenguard Cadjanine, que disputou a etapa da Copa das Nações de Falsterbo, na Suécia, onde a equipe brasileira ficou em terceiro lugar, na semana passada.

— O Pedro (Veniss), para mim, é o que está no melhor momento com o seu cavalo (Quabri de L´Isle). Melhor resultado do Pan-Americano no ano passado (quinto colocado), fez um bom Grande Prêmio em Roterdã —avaliou Felipe Amaral, que também participou do Pan de Toronto.

O terceiro lugar na Copa das Nações, inclusive, pode ser um indício de que o Brasil está em ascendência no momento certo. A equipe chegou atrás apenas da Suíça e da Suécia, respectivamente, e empatada com a Grã-Bretanha, e a atual campeão olímpica Holanda. O resultado veio com duplo zero de Doda e de Stephan Barcha, ou seja, os conjuntos não comentaram faltas nas duas passagens.

Foi a primeira grande apresentação de Doda em meses. Recém-separado da amazona Athina Onassis, o fim do casamento de 11 anos abalou o cavaleiro emocionalmente. Inclusive, na separação litigiosa, teria havido o risco de perder os cavalos para os Jogos, pois pertencem à ex-mulher. O atleta ficou com dois: Cornetto K e Nouvelle Europe Z.

Além dos conjuntos já citados, Marlon Zanotteli e Eduardo Menezes estão na briga. O primeiro, montando Cash del Mar Z,não teve uma boa participação na semana passada, em Falsterbo, com a presença do técncio George Morris. Já Menezes, com Quintol, ficou em segundo no GP principal, com duas passagens zeradas, atrás do sueco Rolf Göran Bengtsson.

Fonte: O Globo; Foto: Emerson Emerim


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