Notícias

22/05/2018

Tratamento e Prevenção de desconforto abdominal do equino atleta

<<Prev Next>>

O cavalo apresenta peculiaridades anatômicas e fisiológicas do aparelho digestório que podem predispor ao aparecimento da síndrome cólica, entre elas, podemos citar:
• Incapacidade de vomitar – pela junção do esôfago e estomago;
• Um mesentério muito desenvolvido que predispõe o longo intestino delgado às ectopias;
• Grande diâmetro do cólon maior e suas curvaturas que são favoráveis as compactações;
• Grande suprimento sanguíneo para a musculatura quando exercitado, diminuindo desta forma a volemia intestinal necessária para digestão;
• Grande perda hídrica durante o exercício;
• Predisposição ao aparecimento de úlceras gástricas quando expostos a situações de stress;

A cólica ou abdômen agudo é um quadro de dor abdominal, que pode envolver qualquer órgão da cavidade abdominal. É uma das maiores causas de óbito na espécie equina. Os distúrbios podem ser gástricos ou intestinais, obstrutivos ou não, com ou sem estrangulamento vascular. A Síndrome da Úlcera Gástrica em Equinos atletas ocorre quando a barreira de glicoproteínas da mucosa estomacal e sua integridade das células epiteliais são comprometidas.

De modo geral, as modalidades de utilização do equino implicam em afastá-los de suas condições diárias naturais quanto à alimentação e ambiente, o que vai de encontro aos mecanismos naturais de proteção gástrica. Dessa forma, o estômago torna-se um órgão vulnerável à ocorrência de lesões, necessitando de conhecimento e também de recursos técnicos para preservar a saúde e o bom funcionamento fisiológico do estomago.

Em equinos de esporte ocorrem diversos fatores que ameaçam a sanidade gástrica ou intestinal, consideramos o principal fator o estresse que a partir dele são desencadeados os outros diversos fatores, devido à mudança radical em sua rotina, estresse pelo treinamento e competições, confinamento muitas vezes em baias menores e pré-moldadas, viagens muitas vezes que ultrapassam de 20 horas de duração, dor originada por lesões frequentes, uso prolongado de anti-inflamatórios, jejum, mudança climática, diminuição na ingestão de água entre outros fatores. Atualmente temos acesso a várias formas de prevenção e tratamento de úlceras gástricas, além de medicamentos de uso comercial que podem e devem ser utilizados para prevenir problemas maiores.

Os equinos, de modo geral, são predispostos a ulcerações gástricas devido a particularidades e características anatômicas e fisiológica típicas em relação à de outras espécies domésticas. O estômago de um cavalo adulto tem a capacidade de 8 até 15 litros, ou seja, equivale de 5 a 8% do sistema gastrointestinal. Dessa forma a função do trato gastrointestinal é reduzir os alimentos ingeridos em moléculas mais simples e assim transferir para o sangue, de modo que possam ser liberadas para as células e assim serem metabolizadas.

O estômago dos cavalos possui suas particularidades anatômicas, como por exemplo, a mucosa sendo dividida em duas regiões: Região Glandular que apesar de produzir constantemente o ácido clorídrico (HCl) assim como outros componentes do suco gástrico, outros mecanismos protetores como a barreira muco-protetora rica em bicarbonato e possuem uma irrigação sanguínea superior permitindo que haja uma rápida reconstituição no epitélio lesionado, aproximadamente é tomada por 2/3 da região estomacal; e a região Aglandular ou Não-glandular é a mais predisposta a lesões pois não possui a um autonomia de auto-proteção, sendo 1/3 da região total.

Ulceras Gástricas e Gastrites nessas regiões ocorrem por desequilíbrio entre os fatores agressores e protetores. Essa fisiologia constitui a base da importância do tempo longo de mastigação e deglutição de forragem para a manutenção da sanidade gástrica assim não incapacitando o animal de competir.

A secreção ácida do estômago dos cavalos é contínua e estão a exposição constante à acidez é a causa principal de úlceras gástricas. Acreditam-se de que a produção de suco gástrico no equino é de aproximadamente 10 a 30 litros/dia e a produção de ácido clorídrico (HCl) é estimulada por histamina, acetilcolina e gastrina.

Outros ácidos, como ácidos graxos voláteis (AGV), ácidos biliares (AB) e ácido lático (AL), e enzimas, como pepsina, também participam da regulação pH gástrico. A produção de ácido parece seguir um ciclo circadiano, com pH mais baixo entre 1:00 e 9:00h. As quantidades de AGV e AL dependem da ação de bactérias residentes do estômago que fermentam o amido. O conteúdo estomacal contém ainda saliva e secreção intestinal proveniente de refluxo fisiológico intestinal rítmico através do piloro.

SINAIS CLÍNICOS

Os sinais clínicos observados em equinos que são acometidos por ulcerações gástricas incluem cólica (dor abdominal), bruxismo, sialorréia, diminuição do apetite, perda de condição corporal, mudanças de comportamento, queda da performance e desempenho atlético, olhar para o flanco, cavar, sudorese, deitar, rolar, escoicear o flanco, dificuldade em urinar entre outros.

TRATAMENTO

O tratamento de úlceras gástricas é direcionado ao tratamento da causa primária, com utilização de fármacos que favoreçam a cicatrização da lesão estomacal. Segundo pesquisadores, o tratamento da ulceração tem como objetivo reduzir a acidez gástrica, promover cicatrização da mucosa, diminuir consideravelmente a dor e o mais importante corrigir e eliminar os fatores etiológicos.

Os fármacos utilizados no tratamento de ulceração dos equinos são semelhantes aos utilizados nos humanos, utilizam-se neutralizantes (antiácido fazem com que se aumente o pH, neutralizando o meio), redutores de hipersecreção gástricas (antagonistas de receptores de Histamina tipo 2, análogas de prostaglandinas e inibidores da bomba de prótons – nesse caso, por exemplo, o Omeprazol) e protetores de mucosa (sucralfato).

Em casos agudos de dor abdominal deve-se encaminhar imediatamente o animal para o veterinário, para que o mesmo realize os procedimentos necessários para tratamento do mesmo, como sondagem nasogástrica, hidratação, entre outros procedimentos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Atualmente a estrutura de grandes eventos conta com veterinários capacitados para atender os animais ali presentes, além de baias confortáveis e estrutura para que o animal não sofra nenhum tipo de stress durante a competição.

Quando decidirmos participar de um evento, devemos dar atenção a alguns fatores importantes no manejo e prevenção da síndrome cólica, entre eles:
• Não alterar horário e frequência da alimentação do animal;
• Fornecer água em abundância;
• Evitar trabalhar o animal até 90 minutos após a ingestão de concentrado;
• Fornecer volumoso em boa quantidade para não deixar o animal com estômago vazio;
• Evitar situações de stress para o animal;
• Evitar viagens em horário de muito calor;
• Em viagens longas, fornecer alimento e água durante o trajeto;
• Acompanhar com atenção qualquer mudança no comportamento do animal durante o evento;
• Animais com histórico de dor abdominal, prevenir realizando tratamento com protetores antes do evento;
• Evitar medicar o animal sem auxilio e indicação de um veterinário;
• Qualquer problema procurar o veterinário do evento.


Outras Notícias

Rua Corumbá, 4000 - Candeias
Jabotão dos Guararapes - PE | 54430-200

chzs@chszs.com.br
+55(81) 3469-3290 | 98802-5000

+55(81) 98802-5000

ZAITE Tecnologia